A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altos-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a escravização do homem que seu poder.
DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado).
O texto demonstra as condições paradoxais que resultaram na primeira revolução industrial no país pioneiro. Apesar da prosperidade econômica que desenvolveu o modelo, a urbanização em busca de emprego ao redor dessas primeiras industrias foi desordenada e precária, somada com condições de trabalho alienantes e marcadas por forte exploração e mais valia. Nesse período a pobreza já era lucrativa.