Texto I
A escravidão não é algo que permaneça apesar do sucesso das três revoluções liberais, a inglesa, a norte americana e a francesa; ao contrário, ela conhece o seu máximo desenvolvimento em virtude desse sucesso. O que contribui de forma decisiva para o crescimento dessa instituição, que é sinônimo de poder absoluto do homem sobre o homem, é o mundo liberal.
Losurdo, D. Contra-história do liberalismo. Aparecida: Ideias & Letras, 2006 (adaptado).
Texto II
E, sendo uma economia de exploração do homem, o capitalismo tanto comercializou escravos para o Brasil, o Caribe e o sul dos Estados Unidos, nas décadas de 30, 40, 50 e 60 do século XIX, como estabeleceu o comércio de trabalhadores chineses para Cuba e o fluxo de emigrantes europeus para os Estados Unidos e o Canadá. O tráfico negreiro se manteve para o Brasil depois de sua proibição, pela lei de 1831, porque ainda ofereceu respostas ao capitalismo.
Tavares, L. H. D. Comércio proibido de escravos. São Paulo: Ática, 1988 (adaptado).
Mesmo sendo contra os primordiais valores liberais diversos partidários desse ideário não viam a enorme contradição entre o liberalismo político e a escravidão, para estes os homens brancos eram iguais no entanto os negros eram comércio, e no sistema em questão mais valoroso era o lucro que a igualdade.