— É o diabo!… praguejava entre dentes o brutalhão, enquanto atravessava o corredor ao lado do Conselheiro, enfiando às pressas o seu inseparável sobretudo de casimira alvadia. — É o diabo! Esta menina já devia ter casado!
— Disso sei eu… balbuciou o outro. — E não é por falta de esforços de minha parte; creia!
— Diabo! Faz lástima que um organismo tão rico e tão bom para procriar, se sacrifique desse modo! Enfim — ainda não é tarde; mas, se ela não se casar quanto antes — hum… hum!… Não respondo pelo resto!
— Então o Doutor acha que…?
Lobão inflamou-se: Oh! o Conselheiro não podia imaginar o que eram aqueles temperamentozinhos impressionáveis!… eram terríveis, eram violentos, quando alguém tentava contrariá-los! Não pediam — exigiam — reclamavam!
AZEVEDO, A. O homem. Belo Horizonte: UFMG, 2003 (fragmento).
Imerso na lógica cientificista que acometeu o século XIX, o médico sugere que Magdá deve se casar, pois seu corpo tem necessidades e procriar é uma delas. Ainda de acordo com o doutor, o útero é um monstro que não pode ter suas necessidades negliciadas. Nesse sentido, marque-se “C”, na medida cientificista (na lógica do século XIX) de que o homem é condicionado pelo meio (casamento) quanto por fatores biológicos (necessidade de procriar).