Questão 14 da prova cinza do primeiro dia do Enem 2013 Segunda Aplicação

O contrário de um fato qualquer é sempre possível, pois, além de jamais implicar uma contradição, o espírito o concebe com a mesma facilidade e distinção como se ele estivesse em completo acordo com a realidade.
Que o Sol não nascerá amanhã é tão inteligível e não implica mais contradição do que a afirmação de que ele nascerá. Podemos em vão, todavia, tentar demonstrar sua falsidade de maneira absolutamente precisa. Se ela fosse emonstrativamente falsa, implicaria uma contradição e o espírito nunca poderia concebê-la distintamente, assim como não pode conceber que 1 + 1 seja diferente de 2.

HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999 (adaptado).

O filósofo escocês David Hume refere-se a fatos, ou seja, a eventos espaço-temporais, que acontecem no mundo. Com relação ao conhecimento referente a tais eventos, Hume considera que os fenômenos

  1. acontecem de forma inquestionável, ao serem apreensíveis pela razão humana.
  2. ocorrem de maneira necessária, permitindo um saber próximo ao de estilo matemático.
  3. propiciam segurança ao observador, por se basearem em dados que os tornam incontestáveis.
  4. devem ter seus resultados previstos por duas modalidades de provas, com conclusões idênticas.
  5. exigem previsões obtidas por raciocínio, distinto do conhecimento baseado em cálculo abstrato.

Gabarito da questão

Opção E

Questões correspondentes

Assunto

Empirismo

Filosofia moderna

Hume

Comentário da questão

Segundo  filósofo empirista David Hume, não podemos provar que o sol nascerá amanhã.  O conhecimento que temos sobre os fatos do mundo, isto é, sobre os fenômenos, é diferente daquele que se baseia em cálculos abstratos.  Enquanto este último é necessário, como 2 + 2 = 4, o primeiro é contingente na medida em que não há garantia, segundo Hume, de que as fenômenos irão se comportar da mesma forma como geralmente se comportam.

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