Questão 120 da prova cinza do segundo dia do Enem 2013 Segunda Aplicação

História da máquina que faz o mundo rodar

Cego, aleijado e moleque,
Padre, doutor e soldado,
Inspetor, juiz de direito,
Comandante e delegado,
Tudo, tudo joga o dinheiro
Esperando bom resultado.

Matuto, senhor de engenho,
Praciano e mandioqueiro,
Do agreste ao sertão
Todos jogam seu dinheiro
Se um diz que é mentiroso
Outro diz que é verdadeiro.

Na opinião do povo
Não tem quem possa mandar
Faça ou não faça a máquina
O povo tem que esperar
Por que quem joga dinheiro
Só espera mesmo é ganhar.

Assim é que muitos pensam
Que no abismo não cai
Que quem não for no Juazeiro
Depois de morto ainda vai,
Assim também é crença
Que a dita máquina sai.

Quando um diz: ele não faz,
Já outro fica zangado
Dizendo: assim como Cristo
Morreu e foi ressuscitado
Ele também faz a máquina
E seu dinheiro é lucrado.

CRUZ, A. F. Disponível em: www.jangadabrasil.org. Acesso em: 5 ago. 2012 (fragmento).

No fragmento, as escolhas lexicais remetem às origens geográficas e sociais da literatura de cordel. Exemplifica essa remissão o uso de palavras como

  1. cego, aleijado, moleque, soldado, juiz de direito.
  2. agreste, sertão, Juazeiro, matuto, senhor de engenho.
  3. comandante, delegado, dinheiro, resultado, praciano.
  4. mentiroso, verdadeiro, joga, ganhar.
  5. morto, crença, zangado, Cristo.

Gabarito da questão

Opção B

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Comentário da questão

A Literatura de Cordel tem sua origem e maior incidência no Nordeste brasileiro. Haja vista, a temática comum a essas obras é o regionalismo. Logo, “agreste, sertão, Juazeiro, matuto, senhor de engenho” representam a região nordestina que serve de cenário para o Cordel lido, tanto geograficamente quanto culturalmente.

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