Na primeira década do século XX, reformar a cidade do Rio de Janeiro passou a ser o sinal mais evidente da modernização que se desejava promover no Brasil. O ponto culminante do esforço de modernização se deu na gestão do prefeito Pereira Passos, entre 1902 e 1906. “O Rio civilizava-se” era frase célebre à época e condensava o esforço para iluminar as vielas escuras e esburacadas, controlar as epidemias, destruir os cortiços e remover as camadas populares do centro da cidade.
OLIVEIRA, L. L. Sinais de modernidade na Era Vargas: vida literária, cinema e rádio. In: FERREIRA, J.; DELGADO, L. A. (Org.). O tempo do nacional-estatismo: do início ao apogeu do
Estado Novo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007
O processo de urbanização no Brasil se deu principalmente com a exclusão do acesso a terra do trabalhador rural, que se viu obrigado a migrar em busca de mão de obra, para os novos polos. O crescimento urbano-industrial foi feito então concomitantemente, em conjunto com o discurso desenvolvimentista da modernização e civilidade. É muito comum ouvir a ideia de que o campo é atrasado e primitivo enquanto a cidade simboliza o moderno e civilizado. Porém, a urbanização foi feita com uma promessa de melhores condições de trabalho mas na verdade gerou problemas sociais profundos pela desigualdade na distribuição de renda e na segregação socioespacial.