Entrevista — Tony Bellotto
A língua é rock
Guitarrista do Titãs e escritor completa dez anos à frente de programa televisivo em que discute a língua portuguesa por meio da música
O que o atraiu na proposta de Afinando a Língua?
No começo, em 1999, a ideia era fazer um programa que falasse de língua portuguesa usando a música como atrativo, principalmente, para os jovens. Com o passar do tempo, ele foi se transformando num programa sobre a linguagem usada em letras de música, no jornalismo, na literatura de ficção e na poesia. Como não sou um cara de TV, trago a experiência de escritor e músico, e sempre participo de forma mais ativa do que como um mero apresentador. Estou nas reuniões de pauta e faço sugestões nos roteiros. Mas o conteúdo é feito pelo pessoal do Futura.
Quais as vantagens e desvantagens do ensino da língua por meio das letras de música?
Não sou pedagogo ou educador, então só vejo vantagens, porque as letras de música usam uma linguagem que é a do dia a dia, principalmente, dos jovens. A música é algo que lhes dá prazer e, didaticamente, pode fazer as vezes de algo que o aluno tem a noção de ser entediante — estudo da língua, sentar e abrir um livro. Ao ouvir uma música, os exemplos surgem. É a grande vantagem e sempre foi a ideia do programa.
Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br. Acesso em: 8 ago. 2012 (fragmento).
O gênero textual em questão é o da entrevista, em que ocorre a alternância de diálogos entre os falantes, que pode ser identificada como o entrevistador (marcado pelo uso do negrito) e o entrevistador (aquele que responde às perguntas e apresenta suas considerações).