Na sociedade democrática, as opiniões de cada um não são fortalezas ou castelos para que neles nos encerremos como forma de autoafirmação pessoal. Não só temos de ser capazes de exercer a razão em nossas argumentações, como também devemos desenvolver a capacidade de ser convencidos pelas melhores razões. A partir dessa perspectiva, a verdade buscada é sempre um resultado, não ponto de partida: e essa busca inclui a conversação entre iguais, a polêmica, o debate, a controvérsia.
SAVATER, F. As perguntas da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2001 (adaptado).
Segundo Habermas, existem duas formas básicas de racionalidade: a racionalidade instrumental, técnico-científica, e a racionalidade comunicativa, voltada para as questões morais e de conhecimento. Nessa perspectiva habermasiana, a busca da verdade não é monológica, puramente individual, mas sim dialógica, coletiva. Não é numa reflexão solitária, mas sim no debate e na troca de argumentos que se encontra verdade.