O ícone dos conflitos que assolam a região da bacia do Xingu na atualidade é o projeto da hidrelétrica de Belo Monte. Prevista para ser implantada no Médio Xingu, tem a capacidade de gerar, segundo os estudos da Eletronorte, 11 mil megawatts de energia, o que faria dela a segunda maior hidrelétrica do Brasil. Entre adesivos que refletem o teor polêmico do projeto — “Eu quero Belo Monte” e “Fora Belo Monte” —, os moradores de Altamira, cidade polo da região onde a usina deverá ser construída, se dividem.
MARTINHO, N. O coração do Brasil. Horizonte Geográfico, n. 129, jun. 2010 (adaptado).
A construção de Belo Monte causará danos irreversíveis a um dos maiores rios do Brasil. As comunidades do entorno estão sendo profundamente afetadas, o nível de conflito e expulsão tem crescido, além de ameaças de morte às líderes, em sua maioria mulheres, da região. Os argumentos favoráveis à construção, além do potencial de energia que Belo Monte poderá gerar, se relaciona com a perspectiva da economia que atrai e capta investimentos. Ao mudar o curso de um rio ou fazer uma hidrelétrica, fica mais fácil por exemplo fazer mineração dos recursos subjacentes desse. Assim, a captação de investimentos e a expulsão de comunidades é a alternativa que mais dialoga com a realidade.