Questão 113 da prova amarelo do segundo dia do Enem 2015

A pátria

Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum pais como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera,
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha…

Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!

Criança! não verás pais nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!

BILAC, O. Poesias infantis. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1929.

Publicado em 1904, o poema A pátria harmoniza-se com um projeto ideológico em construção na Primeira República. O discurso poético de Olavo Bilac ecoa esse projeto, na medida em que

  1. a paisagem natural ganha contornos surreais, como o projeto brasileiro de grandeza.
  2. a prosperidade individual, como a exuberância da terra, independe de políticas de governo.
  3. os valores afetivos atribuídos à família devem ser aplicados também aos ícones nacionais.
  4. a capacidade produtiva da terra garante ao país a riqueza que se verifica naquele momento.
  5. a valorização do trabalhador passa a integrar o conceito de bem-estar social experimentado.

Gabarito da questão

Opção B

Questões correspondentes

107 125 118

Assunto

Estilos Literários

Interpretação Textual

Comentário da questão

A riqueza de nossa fauna e flora e a prosperidade do indivíduo, por meio do trabalho com a terra, independem de medidas governamentais, visto que no Brasil prevalece a “eterna primavera”.

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