A imagem da relação patrão-empregado geralmente veiculada pelas classes dominantes brasileiras na República Velha era de que esta relação se assemelhava em muitos aspectos à relação entre pais e filhos. O patrão era uma espécie de “juiz doméstico” que procurava guiar e aconselhar o trabalhador, que, em troca, devia realizar suas tarefas com dedicação e respeitar o seu patrão.
CHALHOUB, S. Trabalho, lar e botequim: o cotidiano dos trabalhadores da Rio de Janeiro da Belle Époque. Campinas: Unicamp, 2001.
Essa política de conciliação superficial fomentou a luta de classes no Brasil, que sem garantia ao trabalhador e com as primeiras organizações operárias sendo fundadas em São Paulo e Rio de Janeiro essas desigualdades estouraram em grandes movimentos populares como a Greve Geral de 1917 e a Revolta da Vacina ainda em 1904 que mostraram que as incongruências sociais não podiam ser remediadas com pequenas conciliações.