Questão 132 da prova amarelo do segundo dia do Enem 2016 Segunda Aplicação

Esaú e Jacó

 

Ora, aí está justamente a epígrafe do livro, se eu lhe quisesse pôr alguma, e não me ocorresse outra. Não é somente um meio de completar as pessoas da narração com as ideias que deixarem, mas ainda um par de Lunetas para que o leitor do Iivro penetre o que for menos claro ou totalmente escuro.
Por outro lado, há proveito em irem as pessoas da minha história colaborando nela, ajudando o autor, por uma Iei de solidariedade, espécie de troca de serviços, entre o enxadrista e os seus trabalhos.
Se aceitas a comparação, distinguirás o rei e a dama, o bispo e o cavalo, sem que o cavalo possa fazer de torre, nem a torre de peão. Há ainda a diferença da cor, branca e preta, mas esta não tira o poder da marcha de cada peça, e afinal umas e outras podem ganhar a partida, e assim vai o mundo.

ASSIS, M. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964 (fragmento).

O fragmento do romance Esaú e Jacó mostra como o narrador concebe a leitura de um texto literário. Com base nesse trecho, tal leitura deve levar em conta

  1. o leitor como peça fundamental na construção dos sentidos.
  2. a luneta como objeto que permite ler melhor.
  3. o autor como único criador de significados.
  4. o caráter de entretenimento da literatura.
  5. a solidariedade de outros autores.

Gabarito da questão

Opção A

Questões correspondentes

116 128 96

Comentário da questão

O narrador machadiano dialoga constantemente com o leitor, fazendo com que esse também participe da construção de sentidos apresentados no texto. Tal fato pode ser evidenciado no trecho “Se aceitas a comparação, distinguirá o rei e a dama, o bispo e o cavalo (…)”, conduzindo as ideias e considerações do narrador ao leitor.  

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