Questão 132 da prova azul do segundo dia do Enem 2016

TEXTO I

BACON, F. Três estudos para um autorretrato. Óleo sobre tela, 37,5 x 31,8 cm (cada), 1974.
Disponível em: www.metmuseum.org. Acesso em: 30 maio 2016.

TEXTO II
Tenho um rosto lacerado por rugas secas e profundas, sulcos na pele. Não é um rosto desfeito, como acontece com pessoas de traços delicados, o contorno é o mesmo mas a matéria foi destruída. Tenho um rosto destruído.

DURAS, M. O amante. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

Na imagem e no texto do romance de Marguerite Duras, os dois autorretratos apontam para o modo de representação da subjetividade moderna. Na pintura e na literatura modernas, o rosto humano deforma-se, destrói-se ou fragmenta-se em razão

  1. da adesão à estética do grotesco, herdada do romantismo europeu, que trouxe novas possibilidades de representação.
  2. das catástrofes que assolaram o século XX e da descoberta de uma realidade psíquica pela psicanálise.
  3. da opção em demonstrarem oposição aos limites estéticos da revolução permanente trazida pela arte moderna.
  4. do posicionamento do artista do século XX contra a negação do passado, que se torna prática dominante na sociedade burguesa.
  5. da intenção de garantir uma forma de criar obras de arte independentes da matéria presente em sua história pessoal.

Gabarito da questão

Opção B

Questões correspondentes

104 129 100

Assunto

Artes

Comentário da questão

A imagem já revela traços de transformação adquirida em função do contexto das catástrofes do século XX. Isso se confirma ainda mais pelo texto II quando aparece a expressão “rosto lacerado” e “rosto desfeito”.

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