Ao longo dos anos 1980, um canal esportivo de televisão fracassou em implantar o basquete como esporte mundial, e uma empresa de materiais esportivos teve de lidar, fora do seu programa, com um esporte que lhe era estranho. Correndo atrás do prejuízo, ambas corrigiram a rota e vieram a fazer da incorporação do futebol a seu programa um objetivo estratégico alcançado com sucesso. O ajuste do interesse econômico à realidade cultural, no entanto, não deixa de dizer algo sobre ela: é significativo que o mais mundial dos esportes não faça sentido para os Estados Unidos, e que os esportes que fazem mais sentido para os Estados Unidos estejam longe de fazer sentido para o mundo. O futebol ofereceu uma curiosa e nada desprezível contraparte simbólica à hegemonia do imaginário norte-americano.
WISNIK, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil.
São Paulo: Cia. das Letras, 2008 (adaptado).
O texto apresenta a dificuldade da implementação do basquete como esporte mundial, enquanto a cultura do futebol já estava enraizada por todo o cenário global. Dessa forma, as empresas norte-americanas sentiram dificuldade em influenciar a população, sobre um viés econômico, sobre o sentimentalismo pelo novo esporte.