No período anterior ao golpe militar de 1964, os documentos episcopais indicavam para os bispos que o desenvolvimento econômico, e claramente o desenvolvimento capitalista, orientando-se no sentido da justa distribuição da riqueza, resolveria o problema da miséria rural e, consequentemente, suprimiria a possibilidade do proselitismo e da expansão comunista entre os camponeses. Foi nesse sentido que o golpe de Estado, de 31 de março de 1964, foi acolhido pela Igreja.
MARTINS, J. S. A política do Brasil: lúmpen e místico. São Paulo: Contexto, 2011 (adaptado).
O golpe militar de 1964 foi apoiado por amplos setores da sociedade civil, como a classe média e grande parte do clero. Uma das motivações da igreja perante os militares foi o temor da expansão do ateísmo comunista. Nesse sentido, o argumento desenvolvido no texto aponta que a hierarquia católica entendia que o desenvolvimento capitalista atrelado a uma distribuição de riqueza impediria a expansão ideológica.