Questão 39 da prova azul do primeiro dia do Enem 2017

Zé Araújo começou a cantar num tom triste, dizendo aos curiosos que começaram a chegar que uma mulher tinha se ajoelhado aos pés da santa cruz e jurado em nome de Jesus um grande  amor, mas jurou e não cumpriu,  fingiu e me enganou, pra mim você mentiu, pra Deus você pecou, o coração tem razões que a própria razão desconhece, faz promessas e juras, depois esquece.
O caboclo estava triste e inspirado. Depois dessa canção que arrepiou os cabelos da Neusa, emendou com uma valsa mais arretada ainda, cheia de palavras difíceis, mas bonita que só a gota serena. Era a história de uma boneca encantadora vista numa vitrine de cristal sobre o soberbo pedestal. Zé Araújo fechava os olhos e soltava a voz:


Seus cabelos tinham a cor/ Do sol a irradiar/
Fulvos raios de amor./ Seus olhos eram circúnvagos/
Do romantismo azul dos lagos/ Mãos liriais, uns braços divinais,
/

Um corpo alvo sem par/ E os pés
muito pequenos./Enfim eu vi nesta boneca/ Uma perfeita Vênus.

CASTRO, N. L. As pelejas de Ojuara o homem que desafiou o diabo. São Paulo: Arx, 2006 (adaptado).

O comentário do narrador do romance “[…] emendou com uma valsa mais arretada ainda, cheia de palavras difíceis, mas bonita que só a gota serena” relaciona-se ao fato de que essa valsa é representativa de uma variedade linguística

  1. detentora de grande prestígio social.
  2. específica da modalidade oral da língua.
  3. previsível para o contexto social da narrativa.
  4. constituída de construções sintáticas complexas.
  5. valorizadora do conteúdo em detrimento da forma.

Gabarito da questão

Opção A

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Comentário da questão

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A expressão “palavras difíceis e desconhecidas” pelo narrador-personagem reforçam um exemplo de variação linguística às classes de maior prestígio, as quais ele não pertence e por isso ele acha bonito.

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