Questão 54 da prova azul do primeiro dia do Enem 2018

E pois que em outra cousa nesta parte me não posso vingar do demônio, admoesto da parte da cruz de Cristo Jesus a todos que este lugar lerem, que deem a esta terra o nome que com tanta solenidade lhe foi posto, sob pena de a mesma cruz que nos há de ser mostrada no dia final, os acusar de mais devotos do pau-brasil que dela.

BARROS, J. In: SOUZA, L. M. Inferno atlântico: demonologia e colonização: séculos XVI-XVIII. São Paulo: Cia. das Letras, 1993.

E deste modo se hão os povoadores, os quais, por mais arraigados que na terra estejam e mais ricos que sejam, tudo pretendem levar a Portugal, e, se as fazendas e bens que possuem souberam falar, também lhes houveram de ensinar a dizer como os papagaios, aos
quais a primeira coisa que ensinam é: papagaio real para Portugal, porque tudo querem para lá.

SALVADOR, F. V. In: SOUZA, L. M. (Org.). História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo: Cia. das Letras, 1997.

As críticas desses cronistas ao processo de colonização portuguesa na América estavam relacionadas à

  1. utilização do trabalho escravo.
  2. implantação de polos urbanos.
  3. devastação de áreas naturais.
  4. ocupação de terras indígenas.
  5. expropriação de riquezas locais.

Gabarito da questão

Opção E

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80 88 46

Comentário da questão

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Conforme expresso no texto, os cronistas portugueses criticavam a expropriação das riquezas locais. Isso pode ser percebido em trechos como “mais devotos do pau-brasil do que dela” e “porque tudo querem para lá”. Questão duvidosa uma vez que a “expropriação de riquezas” não era uma preocupação da época. O primeiro texto, inclusive, faz uma crítica de caráter religioso, não material.

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