Para Maquiavel, quando um homem decide dizer a verdade pondo em risco a própria integridade física, tal resolução diz respeito apenas a sua pessoa. Mas se esse mesmo homem é um chefe de Estado, os critérios pessoais não são mais adequados para decidir sobre ações cujas consequências se tornam tão amplas, já que o prejuízo não será apenas individual, mas coletivo. Nesse caso, conforme as circunstâncias e os fins a serem atingidos, pode-se decidir que o melhor para o bem comum seja mentir.
ARANHA, M. L. Maquiavel: a lógica da força. São Paulo: Moderna, 2006 (adaptado).
Maquiavel propõe, como inovação na análise da política, uma análise realista das dinâmicas dessa esfera. Assim, seu pensamento é crítico ao idealismo do pensamento político que vigora até então, baseado nas teorias clássicas, e aborda a moral do príncipe por uma perspectiva pragmática.