Questão 13 da prova azul do primeiro dia do Enem 2017

O farrista

Quando o almirante Cabral

Pôs as patas no Brasil

O anjo da guarda dos índios

Estava passeando em Paris.

Quando ele voltou de viagem

O holandês já está aqui.

O anjo respira alegre:

“Não faz mal, isto é boa gente,

Vou arejar outra vez.”

O anjo transpôs a barra,

Diz adeus a Pernambuco,

Faz barulho, vuco-vuco,

Tal e qual o zepelim

Mas deu um vento no anjo,

Ele perdeu a memória.

E não voltou nunca mais.

MENDES, M. História do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992

A Obra de Murilo Mendes situa-se na fase inicial do Modernismo, cujas propostas estéticas transparecem, no poema, por um eu lírico que

  1. configura um ideal de nacionalidade pela integração regional.
  2. remonta ao colonialismo assente sob um viés iconoclasta.
  3. repercute as manifestações do sincretismo religioso.
  4. descreve a gênese da formação do povo brasileiro.
  5. promove inovações no repertório linguístico.

Gabarito da questão

Opção B

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41 19 31

Comentário da questão

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O poema dessacraliza a visão colonizadora ao aludir expressões como “vuco-vuco”, “zepelim”, “deu com o vento no anjo” e “pôs as patas”, valorizando a linguagem coloquial que era característica da 1ª fase Modernista.

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