Questão 23 da prova azul do primeiro dia do Enem 2017 Segunda Aplicação

Chamou-me o bragantino e levou-me pelos corredores e pátios até ao hospício propriamente. Aí é que percebi que ficava e onde, na seção, na de indigentes, aquela em que a imagem do que a Desgraça pode sobre a vida dos homens é mais formidável. O mobiliário, o vestuário das camas, as camas, tudo é de uma pobreza sem par. Sem fazer monopólio, os loucos são da proveniência mais diversa, originando-se em geral das camadas mais pobres da nossa gente pobre. São de imigrantes italianos, portugueses e outros mais exóticos, são os negros roceiros, que teimam em dormir pelos desvãos das janelas sobre uma esteira esmolambada e uma manta sórdida; são copeiros, cocheiros, moços de cavalariça, trabalhadores braçais. No meio disto, muitos com educação, mas que a falta de recursos e proteção atira naquela geena social.

BARRETO, L. Diário do hospício e O cemitério dos vivos.
São Paulo: Cosac& Naify, 2010.

No relato de sua experiência no sanatório onde foi interno, Lima Barreto expõe uma realidade social e humana marcada pela exclusão. Em seu testemunho, essa reclusão demarca uma

  1. medida necessária de intervenção terapêutica.
  2. forma de punição indireta aos hábitos desregrados.
  3. compensação para as desgraças dos indivíduos.
  4. oportunidade de ressocialização em um novo ambiente.
  5. conveniência da invisibilidade a grupos vulneráveis e periféricos.

Gabarito da questão

Opção E

Questões correspondentes

12 34 31

Comentário da questão

Lima Barreto buscou desenvolver em seu texto a caracterização dos habitantes do hospício, sendo alguns levados por questões sociais vigentes da época (classe econômica e racial). (Lima barreto, texto, hospício, classe social).

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