Só é meu
O país que trago dentro da alma.
Entro nele sem passaporte
Como em minha casa.
[…]
As ruas me pertencem.
Mas não há casas nas ruas.
As casas foram destruídas desde a minha infância.
Os seus habitantes vagueiam no espaço
À procura de um lar.
[…]
Só é meu
O mundo que trago dentro da alma.
BANDEIRA, M. Um poema de Chagall. In: Estrela da vida inteira: poemas traduzidos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993 (fragmento).
No texto I, o eu lírico retoma constantemente às lembranças do lugar onde viveu de forma subjetiva. Já na obra de Chagall, o título “Eu e a aldeia” contribui para a interpretação da obra, pois apresenta uma perspectiva artística de seu eu interior.