Questão 109 da prova cinza do segundo dia do Enem 2011 Segunda Aplicação

— Adiante… Adiante… Não pares… Eu vejo. Canaã! Canaã!
Mas o horizonte da planície se estendia pelo seio da noite e se confundia com os céus.
Milkau não sabia para onde o impulso os levava: era o desconhecido que os atraía com a poderosa e magnética força da Ilusão. Começava a sentir a angustiada sensação de uma corrida no Infinito…
— Canaã! Canaã!… suplicava ele em pensamento, pedindo à noite que lhe revelasse a estrada da Promissão.
E tudo era silêncio, e mistério… Corriam… corriam. E o mundo parecia sem fim, e a terra do Amor mergulhada, sumida na névoa incomensurável… E Milkau, num sofrimento devorador, ia vendo que tudo era o mesmo; horas e horas, fatigados de voar, e nada variava, e nada lhe aparecia… Corriam… corriam…

ARANHA, G. Canaã. São Paulo: Ática, 1998 (fragmento).

O sonho da terra prometida revela-se como valor humano que faz parte do imaginário literário brasileiro desde a chegada dos portugueses. Ao descrever a situação final das personagens Milkau e Maria, Graça Aranha resgata esse desejo por meio de uma perspectiva

  1. subjetiva, pois valoriza a visão exótica da pátria brasileira.
  2. simbólica, pois descreve o amor de um estrangeiro pelo Brasil.
  3. idealizada, pois relata o sonho de uma pátria acolhedora de todos.
  4. realista, pois traz dados de uma terra geograficamente situada.
  5. crítica, pois retrata o desespero de quem não alcançou sua terra.

Gabarito da questão

Opção E

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Comentário da questão

Graça Aranha, através de sua obra, propõe uma crítica social ao caracterizar o desespero do povo que ainda não atingiu o sonho de garantir suas terras.

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