TEXTO I
Logo no inicio de Gira, um grupo de sete bailarinas ocupa o centro da cena. Mãos cruzadas sobre a lateral esquerda do quadril, olhos fechados, troncos que pendulam sobre si mesmos em vaguissimas órbitas, tudo nelas sugere o transe. Está estabelecido o caráter volátil do que se passará no palco dali para frente. Mas engana-se quem pensa que vai assistir a uma representação mimética dos cultos afro-brasileiros.
A imagem apresentada no texto II exige uma nova formulação de práticas de religiões de matriz africana que usam em suas manifestações a gira (movimento ritualístico presente nessas religiões).