Questão 48 da prova azul do primeiro dia do Enem 2023
No Cerrado, o conhecimento local está sendo cada vez mais subordinado à lógica do agronegócio. De um lado, o capital impõe os conhecimentos biotecnológicos, como mecanismo de universalização de práticas agrícolas e de novas tecnologias, e de outro, o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado. Assim, as águas, as sementes, os minerais, as terras (bens comuns) tornam-se propriedade privada. Além do mais, há outros fatores negativos, como a mecanização pesada, a “pragatização” dos seres humanos e não humanos, a violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa.
CALAÇA, M.; SILVA, E. B.; JESUS, J. N. Territorialização do agronegócio e subordinação
do campesinato no Cerrado, Élisée, Rev. Geo. ÚEG, n. 1, jan.-jun. 2021 (adaptado).
Os elementos descritos no texto, a respeito da territorialização da produção, demonstram que há um:
- cerco aos camponeses, inviabilizando a manutenção das condições para a vida.
- descaso aos latifundiários, impactando a plantação de alimentos para a exportação.
- desprezo ao assalariado, afetando o engajamento dos sindicatos para o trabalhador.
- desrespeito aos governantes, comprometendo a criação de empregos para o lavrador.
- assédio ao empresariado, dificultando o investimento de maquinários para a produção.
Gabarito da questão
Opção A
Assunto
linguagens
O texto contextualiza o agronegócio como maléfico para o Cerrado, representando portanto um cerco ao campesinato e aos pequenos produtores, tornando as condições para reprodução de suas atividades produtivas/econômicas, e portanto, de suas vidas, mais difícil.