Era uma vez
Um rei leão que não era rei.
Um pato que não fazia quá-quá.
Um cão que não latia.
Um peixe que não nadava.
Um pássaro que não voava.
Um tigre que não comia.
Um gato que não miava.
Um homem que não pensava…
E, enfim, era uma natureza sem nada.
Acabada. Depredada.
Pelo homem que não pensava.
Laura Araújo Cunha
CUNHA, L. A. In: KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São Paulo: Contexto, 2011.
No poema da Laura Araújo Cunha, temos a presença de uma anáfora marcada pelo termo “um”, que se repete ao início dos versos e estabelece uma sequência de ideias, atribuindo novas informações ao poema.