Questão 30 da prova cinza do primeiro dia do Enem 2015 Segunda Aplicação

Após ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as vezes que a enuncio ou que a concebo em meu espírito.

DESCARTES, R. Meditações. Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

A proposição “eu sou, eu existo” corresponde a um dos momentos mais importantes na ruptura da filosofia do século XVII com os padrões da reflexão medieval, por:

  1. estabelecer o ceticismo como opção legítima.
  2. utilizar silogismos linguísticos como prova ontológica.
  3. inaugurar a posição teórica conhecida como empirismo.
  4. estabelecer um princípio indubitável para o conhecimento.
  5. questionar a relação entre a filosofia e o tema da existência de Deus.

Gabarito da questão

Opção D

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Comentário da questão

O grande objetivo da filosofia cartesiana foi encontrar um princípio indubitável do conhecimento. Curiosamente, porém, segundo Descartes, este princípio só seria encontrado mediante a aplicação do método da dúvida: seria necessário duvidar de todas as nossas crenças e ideias da maneira mais radical possível. Só assim as crenças verdadeiras que temos mostrariam sua força e solidez, sobrevivendo a todo questionamento.

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