O impulso para o ganho, a perseguição do lucro, do dinheiro, da maior quantidade possível de dinheiro não tem, em si mesma, nada que ver com o capitalismo. Tal impulso existe e sempre existiu. Pode-se dizer que tem sido comum a toda sorte e condição humanas em todos os tempos e em todos os países, sempre que se tenha apresentada a possibilidade objetiva para tanto. O capitalismo, porém, identifica-se com a busca do lucro, do lucro sempre renovado por meio da empresa permanente, capitalista e racional. Pois assim deve ser: numa ordem completamente capitalista da sociedade, uma empresa individual que não tirasse vantagem das oportunidades de obter lucros estaria condenada à extinção.
WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2001 (adaptado).
Segundo Max Weber, a característica primordial do capitalismo seria a racionalização da vida econômica. Tal racionalização consistiria basicamente no fato do capitalismo ser o primeiro sistema econômico inteiramente desvencilhado da submissão a valores morais e religiosos. Neste sistema, o motor da atividade econômica é única e exclusivamente o lucro, a relação custo-benefício.