Questão da prova branco do segundo dia do Enem 2015 Segunda Aplicação

Ai se sêsse

Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém se acontecesse
De São Pedro não abrisse
A porta do céu e fosse
Te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse
Pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nois dois ficasse
Tarvês que nois dois caísse
E o céu furado arriasse
E as virgi toda fugisse

ZÉ DA LUZ. Cordel do Fogo Encantado. Recife: Álbum de estúdio, 2001.

O poema foi construído com formas do português não padrão, tais como “juntim”, “nois”, “tarvês”. Essas formas legitimam-se na construção do texto, pois

  1. revelam o bom humor do eu lírico do poema.
  2. estão presentes na língua e na identidade popular.
  3. revelam as escolhas de um poeta não escolarizado.
  4. tornam a leitura fácil de entender para a maioria dos brasileiros.
  5. compõem um conjunto de estruturas linguísticas inovadoras.

Gabarito da questão

Opção B

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Comentário da questão

Essas formas se legitimam na construção do poema por reproduzirem o registro linguístico usual (e  menos monitorado) dos falantes.

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