A história do Primeiro de Maio de 1890 — na França e na Europa, o primeiro de todos os Primeiros de Maio – é, sob vários aspectos, exemplar. Resultante de um ato político deliberado, essa manifestação ilustra o lado voluntário da construção de uma classe — a classe operária — à qual os socialistas tentam dar uma unidade política e cultural através daquela pedagogia da festa cujo princípio, eficácia e limites há muito tempo tinham sido experimentados pela Revolução Francesa.
PERROT, M. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
A construção da identidade da classe operária é reforçada pelo texto como influenciada pelo socialismo, que visava produzir uma “unidade política e cultural”, sem necessariamente se relacionar às ideias de nação.