Questão 41 da prova azul do primeiro dia do Enem 2022

O bebê de tarlatana rosa

– […] Na terça desliguei-me do grupo e caí no mar alto da depravação, só, com uma roupa leve por cima da pele e todos os maus instintos fustigados. De resto a cidade inteira estava assim. É o momento em que por trás das máscaras as meninas confessam paixões aos rapazes, é o instante em que as ligações mais secretas transparecem, em que a virgindade é dúbia e todos nós a achamos inútil, a honra uma caceteação, o bom senso uma fadiga. Nesse momento tudo é possível, os maiores absurdos, os maiores crimes; nesse momento há um riso que galvaniza os sentidos e o beijo se desata naturalmente.

Eu estava trepidante, com uma ânsia de acanalhar-me, quase mórbida. Nada de raparigas do galarim perfumadas e por demais conhecidas, nada do contato familiar, mas o deboche anônimo, o deboche ritual de chegar, pegar, acabar, continuar. Era ignóbil. Felizmente muita gente sofre do mesmo mal no carnaval.

RIO, J. Dentro da noite. São Paulo: Antíqua, 2002.

No texto, o personagem vincula ao carnaval atitudes e reações coletivas diante das quais expressa

  1. consagração da alegria do povo.
  2. atração e asco perante atitudes libertinas.
  3. espanto com a quantidade de foliões nas ruas.
  4. intenção de confraternizar com desconhecidos.
  5. reconhecimento da festa como manifestação cultural.

Gabarito da questão

Opção B

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Assunto

Noções Básicas de Compreensão Textual

Comentário da questão

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O autor, ao longo do texto, expressa a sua atração pelo asco (marcado pelo termo “ignóbil”) e por atitudes libertinas (sugerida, por exemplo, “ligações mais secretas”). 

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