Questão 04 da prova azul do primeiro dia do Enem 2016 Segunda Aplicação

(…) O SERVIDOR – Diziam ser filho do rei…

ÉDIPO – Foi ela quem te entregou a criança?

O SERVIDOR – Foi ela, Senhor.

ÉDIPO – Com que intenção?

O SERVIDOR – Para que eu a matasse.

ÉDIPO – Uma mãe! Mulher desgraçada!

O SERVIDOR – Ela tinha medo de um oráculo dos deuses.

ÉDIPO – O que ele anunciava?

O SERVIDOR – Que essa criança um dia mataria seu pai.

ÉDIPO – Mas por que tu a entregaste a este homem?

O SERVIDOR – Tive piedade dela, mestre. Acreditei que ele a levaria ao país de onde vinha. Ele te salvou a vida, mas para os piores males! Se és realmente aquele de quem ele fala, saibas que nasceste marcado pela infelicidade.

ÉDIPO – Oh! Ai de mim! Então no final tudo seria verdade! Ah! Luz do dia, que eu te veja aqui pela última vez, já que hoje me revelo o filho de quem não devia nascer, o esposo de quem não devia ser, o assassino de quem não deveria matar!

SÓFOCLES. Édipo Rei. Porto Alegre: L &PM, 2011.

O trecho da obra de Sófocles, que expressa o núcleo da tragédia grega, revela o(a):

  1. condenação eterna dos homens pela prática injustificada do incesto.
  2. legalismo estatal ao punir com a prisão perpétua o crime de parricídio.
  3. busca pela explicação racional sobre os fatos até então desconhecidos.
  4. caráter antropomórfico dos deuses na medida em que imitavam os homens.
  5. impossibilidade de o homem fugir do destino predeterminado pelos deuses.

Gabarito da questão

Opção E

Questões correspondentes

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Comentário da questão

Na tragédia grega “Édipo Rei”, de Sófocles, impera um determinismo muito forte, caracterizando a total impossibilidade dos personagens de mudarem seu destino, os fatos, “acontecimentos” que já estavam traçados. Na tragédia, esse destino é traçado, determinado pelos Deuses.

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