Colonizar, afirmava, em 1912, um eminente jurista, “é relacionar-se com os países novos para tirar benefícios dos recursos de qualquer natureza desses países, aproveitá-los no interesse nacional, e ao mesmo tempo levar às populações primitivas as vantagens da cultura intelectual, social, científicacomercial e industrial, apanágio das raças superiores. A colonização é, pois, um estabelecimento fundado em país novo por uma raça de civilização avançada, para realizar o duplo fim que acabamos de indicar.”
Précis de législation et d´économie coloniales. Apud LINHARES, M. Y. A luta contra a Metrópole (Ásia e África). São Paulo: Brasiliense, 1981.
O etnocentrismo é aquela perspectiva antropológica que defende a existência de uma hierarquia cultural, isto é, a existência de culturas inferiores e de culturas superiores – estas últimas normalmente identificadas com as nossas próprias. O texto é um excelente exemplo de etnocentrismo dissimulado, onde a busca por anular a cultura do outro é apresentada como virtude e progresso civilizatório.